quarta-feira, 21 de maio de 2008

RED VINES

"And tell me, would it kill you
would it really spoil everything
if you didn't blame yourself
do you know what I mean?
Cigarettes and Red Vines
just close your eyes, cause, baby--
you never do know
and I'll be on the sidelines,
with my hands tied,
watching the show"


Você entende o que eu quero dizer?

Tantos dias desde as últimas reflexões acerca da existência. Talvez, bem, não seja realmente possível que ocorra uma fruição com as coisas simples da vida, quando velejando pelos mares da reflexão. Quando o corpo começa a reclamar do ritmo estranho que as coisas estão tomando, é hora de se atentar para os períodos regrados por certa morbidez. Uma certa paralisia, uma certa impaciência com um ritmo de vida que as vezes soa tão desacelerado.

Os dias são um misto de lentidão cinzenta com passagens ligeiras de céus avermelhados no horizonte. Acordar, levantar, estudar, almoçar, trabalhar, acolher, escutar, conter, ir embora, arrumar, dormir. And over and over and over again. Meus prazeres tornaram-se muito pouco além de vícios mórbidos e tristonhos. Quanto tempo eu não deito na cama e fico olhando para o teto, pensando nas questões da existência?

Acho que não existe espaço para magia num contexto tão agitado e inflexível. Ter de se submeter as dimensões sintomáticas do outro que lhe obriga a falar. Ter de escutar sem poder opinar em projetos regrados pela mais pura vaidade. Ser calado por normas institucionais, que pouco se importam com a criatividade, com a originalidade ou mesmo com o nobre desejo de grandeza. O mundo segue diretrizes das mais estranhas, a dizer, tecnocráticas, disciplinares, coercitivas e generalizadoras. Um universo cultural que cultua a tantas a individualidade e que escraviza a vontade livre num sistema massificador.

Penso que vivemos num sistema totalmente propício para o sintoma neurótico, sobretudo o histérico. O gozo com a insatisfação é saciado a cada novo celular. E tem presentes para todos os inconscientes mal-estruturados. É um sistema cultural que aponta a falta no sujeito a cada outdoor ou propaganda. Existe sempre um lugar melhor no horizonte, e a grama do vizinho vai ser sempre mais verde, pelo menos em um cantinho florido.

E, bem, não existem mais lugares pra contemplar a beleza do simples, do sublime e do amor.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Dias Confusos

E aqui estou eu em meu auto declarado exílio.

Tem sido dias estranhos, morando em um lugar com poucas referências - e garantido que algumas últimas evaporem. Ou seria uma sublimação?

É estranho olhar pro fim de semana e pensar que não existe nada em perspectiva. Não chega a ser ruim, mas é estranho. Mesmoq ue o costumeiro fosse ir para casa dos amigos não fazer nada, ainda assim era alguma coisa no futuro. Algo a se esperar.

Minha vida tem sido puro cotidiano. Casa - faculdade - trabalho - casa. Poucas coisas alterando esse percurso. Outro dia o Iago me perguntou como iam as mulheres - é como se fosse uma regra, sempre tem de existir uma. Bem, não dessa vez. Eu realmente estou esperando a Nádia. Mas nenhuma grande conquista que eu esteja interessado em fazer. Na verdade as mulheres andam me dando muita preguiça, como os leitores desse blog super movimentado já devem ter notado. A verdade é que eu problematizei a minha relação com a Nádia. Acho que ela me basta. Não trata-se de conformismo. É diferente: ela realmente é uma mulher diferente. Alguem por quem vale a pena se apaixonar. Tem seus mistérios, e isso é bom. Ajuda na transferencia. É tipo como se eu suposse um saber nela. AInda falta certo tempo até ela voltar, mas a Nádia imaginária que eu construí no tempo que ela passou aqui tem me bastado, até agora.

Acho que a grande banda do momento é my Blood Valentine. Uma banda um pouco diferente, alguns conceitos estranho. Na verdade é só uma música que tem me agradado. Dentre todas! E é do My Blood Valentine. Chama-se Sometimes. Eu não tenho a mínima idéia do que ela trata...

Outro dia eu me surpreendi escrevendo um lance totalmente prático para um jornada de saúde emntal que vai rolar. Acho que eu realmente to começando a manjar esse lance de crescer. Parece que ocorre quando as coisas simplesmente param de ser demais ou de menos. Elas simplesmente ficam num limiar dentre os dois. Uns chamam de cotidiano. É não acreditar no diferente, na mudança e perder a estrela dançante incandescente que brilha no interior da alma humana.

Mas, pera, não era esse o plano...

Todas aquelas noites discutindo sobre magia, changeling, furi kuri e a ùltima conspiração, elas falavam do jsuto contrário. Não era esse o plano...

Talvez, no final das contas, aquele foi um último suspiro. Um estado pré-morbido.
Ou talvez, e prestem atenção, porque esse é um talvez bem acertado, essa seja apenas uma outra via - pois, talvez, o segredo esteja em viver mais e refletir menos.

Afinal, pouco foi construído após todas aquelas desconstruções.

E em curso, atento-me pros decursos, pras vias laterais, pro subliminar.
Alguma coisa se perdeu, e continua se perdendo em cada palavra e gesto e coisa.

A minha história foi a minha última desconstrução, e nisso eu tenho todos meus méritos. E desméritos. Pois, se meu sintoma é o do abandono, porque eu repudiei a minha última possibilidade de assistência?

Sou quase casca vazia.
E existe um Homem-estrela esperando nos céus.