quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Destino

There’s a dream that I see, I pray it can be
Look cross the land, shake this land
A wish or a command
I Dream that I see, don’t kill it, it’s free
You’re just a man, you get what you can

We all do what we can
So we can do just one more thing
We can all be free
Maybe not in words
Maybe not with a look
But with your mind

Listen to me, don’t walk that street
There’s always an end to it
Come and be free, you know who I am
We’re just living people

We won’t have a thing
So we’d got nothing to lose
We can all be free
Maybe not with words
Maybe not with a look
But with your mind

You’ve got to choose a wish or command
At the turn of the tide, is withering thee
Remember one thing, the dream you can see
Pray to be, shake this land

We all do what we can
So we can do just one more thing
We won’t have a thing
So we’ve got nothing to lose
We can all be free
Maybe not with words
Maybe with a look
But with your mind
But with your mind


Provavelmente eu já fiz um post com esse música. Tudo bem, eu nunca estabeleci regras para esse blog. A propósito, não existe razões nenhuma para colocar regras em blogs se a gente pensar a fundo. Sobretudo quando se trata de um espaço tão pessoal e intimista, lido por não mais do que 5 ou 6 pessoas. Acho que existe ainda um grande abismo dentre o pessoal e o profissional na minha escrita e é exatamente isso que eu pretendo explorar se um dia eu me tornar um escritor, o que é meio que um sonho para mim.

De qualquer forma, não pretendo falar disso. Hoje. Estou deixando apenas as palavras delsizarem um pouco. As vezes alguma coisa interessante possa aparecer. Vai saber. Pois então, já é costume que eu venha até aqui em momentos ímpares, sejam eles de crise ou epifania. Não é de se estranhar, então, que eu o faça agora, já que o que tenho passado nesses últimos dias tem sido um misto das duas coisas. De uma forma ou de outra, não quero apontar o dedo na cara de ninguém hoje. Quero falar com o mundo, com a humanidade. Lançar um recado, um aviso. Ou, talvez, dar uma dica.

Vamos a ela:

Não vale a pena viver por nada menos do que exatamente aquilo que você deseja.

É uma frase bem simples, mas que suscita uma série de desdobramento potenciais. Então, se é assim, vale a pena se submeter a certas coisas desprazerosas se elas forem o único caminho em direção àquilo que você deseja? Definitivamente, a não ser que esses desprazeres sejam grandes o suficiente para alterar o curso do seu desejo. É um cálculo, pouco racional, que a gente faz toda hora na nossa vida. Eu terminei a leitura da história do Sandman 'Vidas breves' do autor Neil Gaiman. E tem uma passagem em que a Morte disse uma coisa que fez muito sentido para mim. Não importa o quão longa sua vida possa vir a ser. No final, tudo o que você terá vivido será um 'vida inteira'. E, acreditem, esse tempo é breve, mesmo que dure milhares de anos. Sempre nos restarão assuntos inacabados. Desejos não realizados. E, bem, vocês pegaram a idéia. Diante dessa certeza, a da morte, no final das contas, o que nos resta pode ser tanto lido como quase nada ou absolutamente tudo. Obviamente que isso vai depender muito do tipo de crenças pessoais ou compartilhadas que você possua. Um cristão, por exemplo, provavelmente passará sua vida buscando indulgência, por acreditar que qualquer felicidade terrena é ilusória, e que a verdadeira só poderá ser alcançada no Paraíso de Deus. Esse tipo de ascetiscismo, entretanto, não me convence nem um pouco. Prefiro lidar com a idéia de que tudo o que temos é essa vida.

Pode soar irresponsável ou imediatista para alguns, mas eu sou mais lidar com certezas do que com coisas que eu duvide o tempo todo. Nunca fui uma pessoa de fé. Pelo menos não do tipo de fé que é exigida para acreditar nessas coisas. Sou, entretanto, um otimista. E acredito muito no ser humano. No ser, processo, não o ser identidade. Esse, cristalizado, morto, estancado, eu não levo muita fé. Porque ele é cheio de certezas. Mesmo quanto ao que ele é incerto. Nesse ser, não dá pra se levar muita fé. Não existem muitas certezas na vida, nenhuma, aliás, que não o fim dela.

Agora, qual o sentido de pegar tudo aquilo que você tem e simplesmente desistir? Digo, esse mundo nos oferece tantos prazeres, tantas alegrias. Porque nos prender, então, às coisas que nos trazem tristeza, sofrimento e etc? Muita gente já nos disse de um monte de porquês para isso. Mas eu acho que todas essas explicações me são insuficientes. Porque o que a gente tem é a ilusão da dificuldade. Das dificuldades, na verdade. Nos falta auto conhecimento. A sapiência de enxergar com mais clareza quais são nossos próprios limites. Para aí, então, pautarmos nossos próprios objetivos em direção a algo que possamos, realmente, realizar. Não que a gente aspire muito. A ilusão da dificuldade nos faz pensar que somos muito mais incapazes do que realmente somos. É só olhar ao nosso redor. Procurar na internet. Olhar para a porra da janela. Nossas realizações são monstruosas. Criamos prédios, músicas, histórias, ciência e um monte de outras coisas. Alcançamos o espaço. Fomos à lua. Mandamos robozinhos para marte. E estamos sempre ampliando esses limites, enquanto espécie. Doenças mortais do passado hoje são tratadas como resfriados.

Tudo isso é o nosso potencial. Tudo isso é aquilo que somos capazes de fazer. E ainda assim as vezes achamos que a gente não consegue pegar a fulaninha hipster porque ela é cool demais para gente. Que a gente não consegue conversar com uma pessoa aleatória. Criamos ilusões de dificuldades completamente sem sentido. Não estou dizendo que não existam limites pessoais. Algumas pessoas são, simplesmente, mais feias do que as outras. Mas ainda assim, percebo, enxergamos uma montanha num pedacinho de pedra no meio da rua. Não acho que seja possível nos desvencilhar de todas nossas dificuldades ilusórias. Mas acredito que uma boa parte delas é tão idiotamente besta que fica cômico encararmo-nas como tal. Dificuldades.

Uma coisa eu lhes digo com completa certeza.
Temos uma só vida. E ela é breve. Não deveria existir nenhuma outra regra que não a que devemos, a todo custo, sermos felizes. Ou, no mínimo, nos esforçarmos o máximo possível. É uma trilha de humildade. De saber quais são nossos próprios limites para que não desejemos ir muito além deles. Mas é também uma trilha de superação, porque temos, a todo momento, de lutar contra essas dificuldades ilusórias, mas pérfidas e aterradoras. Para a maioria delas, basta fazer diferente do que se está acostumado que ela será superada.

Quando duvidar de si mesmo, olhe ao redor.
Ou escute Radiohead.