terça-feira, 20 de julho de 2010

Where do we go from here?

Where do we go from here?
The words are coming out all weird
Where are you now when I need you?
Alone on an aeroplane
Fall asleep against the window pane
My blood will thicken.

I need to wash myself again to hide all the dirt and pain
'cause I'd be scared that there's nothing underneath
And who are my real friends?
Have they all got the bends?
Am I really sinking this low?

My baby's got the bends - Oh no
We don't have any real friends - No no no
Just lying in a bar with my drip feed on
talking to my girlfriend waiting for something to happen
I wish it was the sixties
I wish we could be happy
I wish, I wish, I wish that something would happen.

Where do we go from here?
The planet is a gunboat in a sea of fear
And where are you?
They brought in the C.I.A.
The tanks, and the whole marines to blow me away
To blow me sky high.

My baby's got the bends
We don't have any real friends
Just lying in a bar with my drip feed on
talking to my girlfriend waiting for something to happen
I wish it was the sixties
I wish we could be happy
I wish, I wish, I wish that something would happen.

I want to live and breathe
I want to be part of the human race.

I want to live and breathe
I want to be part of the human race.

Where do we go from here?
The words are coming out all weird
Where are you now when I need you?



Cá estou eu com 25 anos.

Já sou um adulto, pelo menos se formos considerar a idade somente.
Digo isso porque eu ainda vivo, basicamente, no esquema da adolescência ou, melhor, no esquema da adultecencia, a adolescência tardia que é tão comum nos tempos contemporâneos, com essa necessidade de concluir um ensino superior antes de dar seguimento a vida. O estranho é que eu realmente não sei muito o que fazer partindo desse ponto. Formar é a demanda mais imediata e eu tenho me esforçado minimamente para que isso ocorra (já um pouco além da hora, diga-se de passagem).

Mas eu honestamente não sei muito que destino seguir, a maioria das certezas que eu costumava ter ficaram em algum lugar que eu não consigo me lembrar onde fica. Um lugar no tempo, é bom sempre reafirmar. As vezes eu penso que o que rolou foi que eu perdi o controle das coisas, mas se paro e penso com um maior esforço logo percebo que eu nunca tive essa clareza. Mesmo porque não existem certezas nessa vida. Fato é que as coisas sairam completamente do eixo minimamente planejado em algum momento da minha vida, que foi quando eu saí do colegial, eu acho. Começou com eu não passando no vestibular em uma universidade pública, depois ter dado trela pros convites da minha mãe, que acabaram me levando para um furada e, depois de ter retomado o caminho "certo" por um breve período, acabou que tudo desmoronou de novo, sobretudo quando eu decidi sair da casa da minha tia e tentar, de vez, ir em busca da minha independência. Acho que essa, acima de quaisquer outras, foi a maior besteira que eu cometi. Eu realmente superestimei o meu próprio senso de responsabilidade de uma forma tal que uma vez que eu fiquei "on my own" eu me desorientei completamente no tempo.

Agora, aos poucos, eu fico tentando recosturar os nós que se soltaram, retomar a minha vida, finalizar os processos que eu estava inserido, mas isso tem se provado uam tarefa das mais difíceis. Acho que aos poucos eu vou me acostumando com a idéia de enfim perceber a passagem do tempo a longo prazo. Agora realmente parece que cada dia que passa é um dia perdido, que eu deveria estar investido para construir o meu futuro, que cada vez mais fica atrasado de ser presente. Esse é, sem dúvida, o pior texto que eu já escrevi em toda minha "carreira" de blogueiro, e eu acho que isso é um reflexo direto do momento que eu estou vivendo. Mas enfim, acho que essa impressão impregnada de supereu é o que mais me irrita em mim mesmo (essa da passagem/desperdício do tempo).

Enfim, acho que o mais importante é ter em mente que eu estou a uma certa distância já da situação confortável que eu vivia a uns 4, 3 anos atrás, e em um ponto em que não existe mais volta. Não há mais qualquer possibilidade de recomeços, e, cedo ou tarde (mais cedo do que tarde) eu vou ter de começar a me sustentar. Obviamente que, partindo desse ponto, tudo vai depender do padrão de vida que eu estarei disposto a levar. E, também, de outras questões práticas, como a forma como eu vou levar o meu relacionamento com a Nádia. Eu, sinceramente, não tenho medo do futuro. Acho que, no final das contas, tudo vai dar certo, de uma forma ou de outra. Eu já abondenei muitas das ambições absurdas que eu costumava ter, de que eu iria por exemplo, de alguma forma, mudar o mundo. As vezes que acho, inclusive, que foi essa percepção que
minou o meu entusiasmo com o universo acadêmico. É claro que existem diversos outros fatores.

E eu continuo assumindo aquela mesma postura de muitos anos atrás, de esperar as coisas acontecerem, de olhar para o passado (aquele que eu nem mesmo vivi) e ver mais virtudes ali. Entretanto, eu estou bastante satisfeito de saber que eu sou parte da raça humana, independente do período que me foi possível experienciar. A verdade é que minha satisfação é tamanha (em relação a experiência do que é ser humano) que eu nem me preocupo tanto assim com o futuro. Já acumulei histórias o suficiente para poder me deliciar com as lembranças, devaneando por horas. Obviamente que um problema vai ser facilmente identificado aí, já que todos esperam que um jovem de 25 anos esteja mais do que disposto a desfrutar de tudo o mais que a vida tem a oferecer. Não esquentem, eu vou. Eu só não consigo entender o porque da pressa. Eu gostaria de passar um régua nas dependências familiares, obviamente, porque elas geram uma quantidade muito alta de culpa em mim, uma culpa bastante dolorosa. Mas em relação a mim mesmo eu estou bastante satisfeito com as coisas que eu conquistei. Obviamente, a maioria das pessoas achariam muito pouco, mas eu considero uma imensa fortuna. Eu vivi inúmeras histórias, reais e fictícias, contei um monte delas, escutei um outro tanto. Me apaixonei inumeras vezes, amei algumas outras e odiei também. Briguei, bati, apanhei. Viajei. Usei drogas. Virei a noite em botecos bebendo. Sorri, chorei. Me enchi de alegria e também de tristeza. Cuidei e fui cuidado. Trabalhei, com coisas que gosto e que não gosto. No meu ponto de vista, quase toda gama de experiências que realmente valem a pena ser vivida. E eu acho que eu me saí bem na maioria delas. Deixei a desejar em algumas delas, é claro, mas eu acho que foi a minoria.

Eu me preocupo muito com a Nádia, porque eu acho que as ambições dela são muito maiores que as minhas, e que a culpa dela é mais dolorosa também, de forma que ela nunca consegue ignorá-la. Mas me preocupo porque de todas as histórias, essa é a que mais me orgulha de mim mesmo, ter construído esse amor bonito, duradouro e que venceu toda sorte de obstáculos que um romance típico da classe média poderia encontrar. Eu amo essa amor, pois ele florece novas coisas todos os dias, e tem tantos sabores e perfumes que as vezes eu me perco dentre eles. Agora, eu me preocupo porque a Nádia tem de construir uma vida que não é só pra ela, mas para outras 3 pessoas, dessas que moram somente dentro do nosso psiquismo, e que são bastante cruéis e exigentes. Porque, por mim, eu arrumava um trampo qualquer, a gente poderia ficar junto, morando em um lugar simples, mas suficiente para duas pessoas simplórias. Acho que o equívoco é pensar na gente como um casal simplório. Ou o contrário. Ainda não me decidi!

Esse post foi feito pra mim mesmo, e talvez para a Nádia, para dizer que eu estou satisfeito, ainda. Por ter vivido esses últimos 25 anos. Pelo menos mais 25 anos eu assumo o compromisso de viver aqui. Depois disso, vai saber né. Não tenho medo de viver a miséria ou a glória, pois todas essas experiências seriam igualmente interessantes. Mas eu vou tentar, também, me esforçar um bocadinho para que as coisas sejam confortáveis e felizes.