quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Magick

Magick, without tears
Magick, without tears
Magick, without tears
The magick-al vaneer

The way to mother noose
The way to suck an egg
The way to golden dawn
The way to Koh Phangan

The glitter on the snow
the place to always go
Do what you will
Do what you will


Essa é uma lição que eu ainda não aprendi...

A minha mágica ainda me traz muitas lágrimas.

De qualquer forma, não pretendo me deixar abater pelas dificuldades e tristezas associadas aos eventos do passado próximo.

Agora, todo meu investimento tem por intenção produzir uma síntese dessa história.
Porque as soluções poderiam ser simples.
Mas, teria tudo sido em vão.

E, bem, eu não teria vivido o que eu vivi, para simplesmente me perder em devaneios entorpecidos e tristes.


Então, a mágica é um lugar. E é lá que eu quero estar!








Sem lágrimas.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Ice Water

I shield you from this life
Your heart is kept on ice
I'll file you where I need
And keep you from the heat

Running, running away

You hold me in contempt
Forever will I depend?
You'll file me where you need
But never kept me from the heat

Falling, falling away
(I'll serve you, I'll serve you well)
On the surface, on the surface

It's always cold in hell
I have felt it
I can tell

They file you where they need
In ice water there is no heat

Burning, burning away
(I'll serve you, I'll serve you well)
On the surface, on the surface

Burning, burning away
Burning, burning away



É sempre frio no inferno.
Eu estive lá, eu sei.
E eu quero o calor.
Sempre.

Vamos parar de fugir?
Vamos nos queimar!
Vamos amar.

Estamos exatamente onde nos colocamos.
Nos protegendo de uma vida perigosa.
Mantendo nossos corações no gelo.

Prefiro andar às brasas.
E sair dessa água gelada.
Suar, explodir em milhares de estrelas, dançar.

Vamos seguir novas trilhas.
Caminhar rumo a algo que vale a pena acreditar.
E vamos revolucionar nossa mente.

Eu estou aqui.
Sempre vou estar.
Mas eu também quero estar lá.
Sempre que possível.

Eu gostaria muito que você fosse comigo.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Probably Built In The Fifities

I might be moving to the east
to part my ways
And I will try to get something
I don't have yet
If I do, I will look at it
for days and days
Untill I will never forget

I have heard this mental search
has made them all
take a look along the border
Having the urge
For their minds
to be lifted
to something new
I'm running to meet
my higher self

I trust the speed
Untill I have no need
to run anymore

Miles and miles I run

I hear my feet
And I hear myself breathe
heavily

I trust the speed
Untill I have no need
To run anymore

Miles and miles I run



E aqui estou eu tentando produzir um discurso sobre algo que deveria ser simplesmente experenciado. Mas eu recebi um convite a fazê-lo, um convite impossível de ser ignorado. E agora acho que seria interessante sintetizar as vicissitudes do evento que poderia ter sido o princípio de um caminho muito frutífero. Não que isso tenha se perdido, essa possibilidade. Mas a coisa toda deu uma esfriada after all.

Eu desafiei uma instância egóica muito poderosa naquele dia. Aquilo que existe de mais mortífero em mim. Que me furta de ter uma fruição saudável com a vida. E eu venci, ainda que por alguns instantes. Me permiti desfrutar da forma mais expontânea possível aquilo que eu almejava naquele instante. Foi uma postura fenomenológica, onde coloquei de lado as minhas maiores limitações discurssivas e produzi alguma coisa que não esse Eu cotidiano e sofrido.

Tinham muitos elementos necessários pra que isso acontecesse da melhor forma possível, mas faltou o elemento que provavelmente daria um sentido muito maior pra mim, enquanto indivíduo. Porque, no final das contas, não posso ignorar que foi o processo de um grupo. Ainda que eu tenha iniciado a dança, ela perdurou, mesmo nos momentos em que eu apenas a observei de longe. Foi gratificante notar a felicidade que tomou conta de todos. E, da minha parte, eu trazia um único pesar, que era a falta desse elemento que deveria estar ali. Mas ele, ela, a Nádia, não estava, e eu não poderia ignorar um furacão dentro do meu quarto. Eu deixei que aquela vibração me tomasse e entendi o desejo enquanto força produtiva. Foi tudo muito semelhante a viagem de doce.

Acho que, ainda que eu não possa ignorar as pessoas individualmente, foi, em última instância um processo do grupo. Eu consigo tirar o que é simplesmente meu dali e enxergar todo o resto e pensar: foi muito bom. Mas tem uma tendência estranha, um certo empuxo, a assumir as coisas que me foram MUITO pessoais como sendo, de certa forma, sujas. Mas isso não é verdade, definitivamente. Elas não foram ruins.

No momento eu estou sofrendo com isso. Com os resultados do que rolou. E, aos poucos, estou vendo o sentido que aquilo fez ali, naquele momento, se desfazendo, diante dos meus olhos. E eu simplesmente não consigo segurar. E ele vai deslizando por minhas mãos molhadas pelas lágrimas duma tristeza que eu não consigo nomear.

E tudo o que eu queria era poder dançar.
E que fizesse menos calor.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Morte dos Ídolos

Perfect by nature, icons of self-indulgence
Just what we all need
More lies about a world

That never was and never will be
Have you no shame, dont you see me?
You know youve got everybody fooled.

Look here she comes now -
Bow down and stare in wonder.
Oh, how we love you
No flaws when youre
But now I know she -

Never was and never will be
You dont know how you betrayed me
And somehow youve got everybody fooled.

Without the mask
Where will you hide?
Cant find yourself,
Lost in your lies

I know the truth now
I know who you are
And I dont love you anymore

Never was and never will be
You dont know how you betrayed me
And somehow youve got everybody fooled.

Never was and never will be
Not for real that you can save me
And somehow now youre everybodys fool.
================================================

Eu odeio viciar em música ruim. E o pior é que eu ando pensando em argumentos pra convencer as pessoas de que essa música é boa.

Na verdade, tenho me incomodado com a idéia de que eu não posso gostar de alguma coisa porque não é bem conceituado por críticos pimbas. Acho que isso é influência da Nádia...

Minhas tardes de segunda-feira tem sido mananciais de paz ao lado dos pacientes do CERSAM, tocando altos sertanejos na 'Oficina de Música'. Odeio esse termo "oficina" e a forma como os serviços de saúde mental se apropriaram dele. Porque que tem efeitos terapeuticos isso é inquestionável. Mas para que burocratizar algo tão simples quanto uma roda de viola ou uma peladinha?

... devaneios a parte...

Essa música é legal... e a letra, embora simples, me convida a refletir sobre certos movimentos que eu mesmo faço - de esvaziar toda e qualquer fonte de sentidos em críticas agressivas em prol da manutenção do gozo sintomático. Pois nada é tão coerente e verdadeiro que não possa expressar falhas pesadas de confecção - seja uma bela mulher ou um intricado sistema metanarrativo. A psicanálise trata disso e as vezes tenho dificuldade de delimitar até onde o que sofro é uma apropriação de seu discurso - deveras poderoso, devo acentuar. Pois tudo o que foi tocado pelo homem é faltoso. É pertubador pra alguem de alma existencialista pensar que existe algo tão mórbido que governe e inaugure a condição humana.

Essa música tem alguns elementos que me chamam a atenção - um ponto catártico onde as coisas aparentemente se resolvem, é meio tristonha e até mesmo sombria. Mas ao mesmo tempo irrita pelo preciosismo dado a voz da Amy Lee, que não é nem de longe das melhores - embora ganhe de muitas deusas por aí em termos de técnica e timbre. Quando a voz aparece muito mais alta que os instrumentos eu me irrito profundamente, porque a música empobrece álém de desvalorizar os outros músicos. Trata-se, portanto, de um new metal com teclados doom e um que de pop mainstream, na medida em que a vocalista bonitinha ganha um destaque não só visual quanto musical.

Mas voltando a questão, é extremamente frutrante passar um ano descobrindo/ aprendendo sobre algo/alguém e depois outro um ano tentando desconstruir de todas as formas possíveis aquele agente produtor de sentido. Porque, afinal, nada me basta? Porque essa ânsia por uma verdade insegotável e inquestionável? Porque esse preciosismo todo com questões que podem ser tratadas com simples bom humor? Afinal, qual é a razão de se perder em reflexões sobre o sentido da vida enquanto ela tá passando por aí e sendo desperdiçada em noites mórbidas de cigarros, coca-cola e lágrimas de angústia?

O pior é sentir-se traído. É sentir que alguem roubou meu precioso tempo com mentiras - é gritar com um misto de ódio e orgulho eu sei a verdade agora, que sei quem você é e que não te amo mais.

É descobrir que a contracultura, o alternativo, passou a identificar-se com a falta - passou a tocar gitarra com dedilhados suaves, como se massageia um clitoris e não a empunha-la com vigor e masturba-la como se faria com o pênis. É deixar o poder escapar pelas mãos por conta de uma incoerência discursiva - onde o poder só faz sentido em uma guerra contra o Outro.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

RED VINES

"And tell me, would it kill you
would it really spoil everything
if you didn't blame yourself
do you know what I mean?
Cigarettes and Red Vines
just close your eyes, cause, baby--
you never do know
and I'll be on the sidelines,
with my hands tied,
watching the show"


Você entende o que eu quero dizer?

Tantos dias desde as últimas reflexões acerca da existência. Talvez, bem, não seja realmente possível que ocorra uma fruição com as coisas simples da vida, quando velejando pelos mares da reflexão. Quando o corpo começa a reclamar do ritmo estranho que as coisas estão tomando, é hora de se atentar para os períodos regrados por certa morbidez. Uma certa paralisia, uma certa impaciência com um ritmo de vida que as vezes soa tão desacelerado.

Os dias são um misto de lentidão cinzenta com passagens ligeiras de céus avermelhados no horizonte. Acordar, levantar, estudar, almoçar, trabalhar, acolher, escutar, conter, ir embora, arrumar, dormir. And over and over and over again. Meus prazeres tornaram-se muito pouco além de vícios mórbidos e tristonhos. Quanto tempo eu não deito na cama e fico olhando para o teto, pensando nas questões da existência?

Acho que não existe espaço para magia num contexto tão agitado e inflexível. Ter de se submeter as dimensões sintomáticas do outro que lhe obriga a falar. Ter de escutar sem poder opinar em projetos regrados pela mais pura vaidade. Ser calado por normas institucionais, que pouco se importam com a criatividade, com a originalidade ou mesmo com o nobre desejo de grandeza. O mundo segue diretrizes das mais estranhas, a dizer, tecnocráticas, disciplinares, coercitivas e generalizadoras. Um universo cultural que cultua a tantas a individualidade e que escraviza a vontade livre num sistema massificador.

Penso que vivemos num sistema totalmente propício para o sintoma neurótico, sobretudo o histérico. O gozo com a insatisfação é saciado a cada novo celular. E tem presentes para todos os inconscientes mal-estruturados. É um sistema cultural que aponta a falta no sujeito a cada outdoor ou propaganda. Existe sempre um lugar melhor no horizonte, e a grama do vizinho vai ser sempre mais verde, pelo menos em um cantinho florido.

E, bem, não existem mais lugares pra contemplar a beleza do simples, do sublime e do amor.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Dias Confusos

E aqui estou eu em meu auto declarado exílio.

Tem sido dias estranhos, morando em um lugar com poucas referências - e garantido que algumas últimas evaporem. Ou seria uma sublimação?

É estranho olhar pro fim de semana e pensar que não existe nada em perspectiva. Não chega a ser ruim, mas é estranho. Mesmoq ue o costumeiro fosse ir para casa dos amigos não fazer nada, ainda assim era alguma coisa no futuro. Algo a se esperar.

Minha vida tem sido puro cotidiano. Casa - faculdade - trabalho - casa. Poucas coisas alterando esse percurso. Outro dia o Iago me perguntou como iam as mulheres - é como se fosse uma regra, sempre tem de existir uma. Bem, não dessa vez. Eu realmente estou esperando a Nádia. Mas nenhuma grande conquista que eu esteja interessado em fazer. Na verdade as mulheres andam me dando muita preguiça, como os leitores desse blog super movimentado já devem ter notado. A verdade é que eu problematizei a minha relação com a Nádia. Acho que ela me basta. Não trata-se de conformismo. É diferente: ela realmente é uma mulher diferente. Alguem por quem vale a pena se apaixonar. Tem seus mistérios, e isso é bom. Ajuda na transferencia. É tipo como se eu suposse um saber nela. AInda falta certo tempo até ela voltar, mas a Nádia imaginária que eu construí no tempo que ela passou aqui tem me bastado, até agora.

Acho que a grande banda do momento é my Blood Valentine. Uma banda um pouco diferente, alguns conceitos estranho. Na verdade é só uma música que tem me agradado. Dentre todas! E é do My Blood Valentine. Chama-se Sometimes. Eu não tenho a mínima idéia do que ela trata...

Outro dia eu me surpreendi escrevendo um lance totalmente prático para um jornada de saúde emntal que vai rolar. Acho que eu realmente to começando a manjar esse lance de crescer. Parece que ocorre quando as coisas simplesmente param de ser demais ou de menos. Elas simplesmente ficam num limiar dentre os dois. Uns chamam de cotidiano. É não acreditar no diferente, na mudança e perder a estrela dançante incandescente que brilha no interior da alma humana.

Mas, pera, não era esse o plano...

Todas aquelas noites discutindo sobre magia, changeling, furi kuri e a ùltima conspiração, elas falavam do jsuto contrário. Não era esse o plano...

Talvez, no final das contas, aquele foi um último suspiro. Um estado pré-morbido.
Ou talvez, e prestem atenção, porque esse é um talvez bem acertado, essa seja apenas uma outra via - pois, talvez, o segredo esteja em viver mais e refletir menos.

Afinal, pouco foi construído após todas aquelas desconstruções.

E em curso, atento-me pros decursos, pras vias laterais, pro subliminar.
Alguma coisa se perdeu, e continua se perdendo em cada palavra e gesto e coisa.

A minha história foi a minha última desconstrução, e nisso eu tenho todos meus méritos. E desméritos. Pois, se meu sintoma é o do abandono, porque eu repudiei a minha última possibilidade de assistência?

Sou quase casca vazia.
E existe um Homem-estrela esperando nos céus.

terça-feira, 29 de abril de 2008

SATELLITE

Let's assume you were right
and play the game of charm and strange
and satellite
and when we've all had our fun
deflate the stars
and put away the sun
and so we can call it a day
Cause I'll never prove that my motives were pure
so let's remove any question of cure
cause even though you've made it pretty obscure
baby, it's clear, from here--
you're losing your atmosphere
from here, you're losing it
So let's assume it was true
cause baby can't lift up a hand to swear to you
and what's the use of defense?
the hangers-on are too far gone for evidence
and that one was lost from the first
Cause I'll never prove that my motives were pure
so let's remove any question of cure
cause even though you've made it pretty obscure
baby, it's clear, from here--
you're losing your atmosphere
from here, you're losing it
So have it your way
whatever makes the best resume
whatever you can throw in
wash, rinse and spin til it's
spun away--okay
but I won't be sticking around
Cause I'll never prove that my motives were pure
so let's remove any question of cure
cause even though you've made it pretty obscure
baby, it's clear, from here--
you're losing your atmosphere
from here, you're losing it



Vocês perderam sua atmosfera, mulheres.
Tornaram-se pouco mais do que incomodos necessários.
Com essa aura obscura que apenas desvela mecanismos defensivos.

Vocês não superaram suas fraquezas com seus jogos estúpidos de sedução.
E eu nunca erguerei uma mão para lhes jurar nada.
Nunca vou provar que meus motivos foram puros e sinceros.

Eu não sei, definitivamente, o que é ser uma mulher, ok?
Então vamso assumir que aqueles foram nossos dias.














E é justamente por isso que eu redescobri meu amor pela Nádia, porque, embora ela não saiba disso, ela é tão certa de seu desejo que prefere se matar a se submeter ao desejo do Outro.

Talvez a última mulher de verdade nesse mundo escroto.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

STREET SPIRIT (FADE OUT)

Rows of houses, all bearing down on me
I can feel their blue hands touching me
All these things into position
All these things will one day swallow whole
Fade out again, Fade out.

This machine will, will not communicate
These thoughts and the strain I am under
Be a world child, form a circle
Before we all, go under
fade out again, fade out again

Cracked eggs, dead birds
Scream as they fight for life
I can feel death, can see its beady eyes
All these things into position
All these things will one day swallow whole
Fade out again, Fade out again

Immerse your soul in love
Immerse your soul in love




Sabe, as vezes eu tenho provas bem sólidas da existência do incosnciente. Tipo, essa música acabou por tornar-se significante, de uma forma bem despropositada. Essa é minha relação com o inglês: eu entendo, conscientemente, apenas quando presto atenção na fala, ou leio a escrita. Mas as vezes acho que tenho uma compreensão inconsciente de certas coisas.

Hoje eu estava a ler uma entrevista que o jornalista americano George Sylvester Viereck fez a Freud em 1926. Achei bastante interessante, mesmo porque a gente tem acesso a um Freud além de sua obra, ou seja, a um Freud humano e que, aparentemente, parecia ser uma figura muito agradável. As respostas do Freud eram honestas e gentis, embora, em alguns momentos, claramente falaciosas. Mesmo assim ficou claro que suas idéias eram bem divergentes das idéias lacanianas (ou lacaniosas). Pra começo de ocnversa, Freud não só achava correta a prática da auto-análise, como a recomendava aos psicanalistas. E parecia não se furtar de fazer pontuações fora de setting analítico (o cara, pasmém, interpreta o entrevistador).

Mas uma fala do Freud me pois a pensar, depois de ter deixado um comentário no Blog de uma, hum, amiga (acho que eu posso dizer isso, em?).

O entrevistador questiona Freud, já em seus 70 anos, quanto a importancia que ele dava ao legado que ele deixaria com a psicanálise e se isso significaria algo pra ele, já que mesmo após sua morte, seu nome iria viver. Freud responde que não, pois isso não era verdadeiramente certo. Disse estar mais preocupado com a sua família, pois muitas de suas posses haviam sido minadas pela guerra. Mas que, por sua parte, estava satisfeito, já que o trabalho era sua fortuna. Por fim, disse, enquanto subia uma trilha num jardim, na medida em que acariciava um arbusto que floria:

- Estou muito mais interessado nesse botão do que possa me acontecer depois de morto.

- Então o senhor é, afinal de contas, um profundo pessimista? - questionou o entrevistador.

- Não, não sou. Não permito que nenhuma reflexão filosófica estrague minha fruição das coisas simples da vida.

Depois disso Freud declara seu ponto de vista, de que não acredita em vida após a morte, pois era um engodo acreditar que a existência humana estava acima da existência de todas as outras coisas.

De qualquer forma, me pus a pensar nessa fala. Mesmo não acreditando nisso, que seja possível que a reflexão filosófica não estrague nossa fruição com quaisquer outras coisas na vida, sejam elas simples ou complexas, penso que faz pouco sentido aprofundar-se num desespero por sentido se isso vier em detrimento a todos os outros aspectos da existência. Existe algo de imanente em todas as coisas, e as vezes apenas esse prisma nos basta. Pra que, então, destrinchar esses objetos em essência, se isso for causar mais dor do que deleite? Isso, pra mim, é o ápice da civilização, e a grande renuncia à natureza.

Talvez, no final das contas, Nietzsche estava certo.









E, embora tenha pensado nessa música como uma referência a um sonho, percebo agora que ela diz bem disso tudo que falei (eu realmente não tinha reparado).

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Fake PLastic Trees

Essa é uma música bem triste, e fala de amor.

Pera, isso me assusta.

Porque o amor vem sempre ligado a esse taste de sofrimento e tristeza?
É um grande mistério, definitivamente. Mas, bem, não é disso que eu queria falar.

Tem sido dias estranhos, nessa cidade cheia de luzes azuis. E os demônios em vermelho me rodeiam, observando a distância. Tantas coisas na cabeça. Mas, talvez, tenha sido uma boa saída. E talvez eu comece a construir alguma coisa, at all.

Durante toda minha adolescencia acreditei que a vida se resumia em encontrar e viver uma linda história de amor que terminaria num felizes para sempre. Mas a trilha sonora sempre era triste, ainda que doce. Um dia eu tive um insight orientado por uma música, então deixei de buscar avidamente por amor, e passei a buscar pela vida.

Mas o que tenho achado mais estranho é que tenho me feito perguntas muito obssessivas. Tenho me sentido enganado, por viver uma grande mentira, que se chama classe média. Lidar com a pobreza diariamente sempre me leva a pensar que aquilo sim é a vida média das pessoas, não o que eu vivo. E é uma vida bem da desgraçada. Isso me machuca em vários aspectos. E me faz ficar irritado com meus próprios dramas e tristezas, que parecem tão pequenos diante dos problemas daqueles pacientes, loucos, pobres e sem oportunidades. E muitos são pessoas muito boas, que queriam, mais do que tudo, poder fazer a diferença em ambitos muito menos megalomaniacos que o meu. Eles não querem salvar o mundo, eles querem cuidar da mãe que vive acamada. Ou poder estudar, para ajudar as pessoas que tanto as tem ajudado diariamente ali no serviço, lhes oferecendo uma escuta sincera e acolhedora.

Eles, esses pacientes, tem me dado as poucas doses diárias de alegria que me permitem continuar. E eu sinto por não poder fazer mais do que escutá-los.

O mundo me parece cada dia mais mentiroso. E todo aquele papo acadêmico do que vem a ser o humano me enche. Porque parece que eles não dizem desse homem, real, médio, que vive nesse ambito de pobreza, que acordam todos os dias sem saberem se terão um prato de comida na mesa, para servir seus filhos. Essa história de estrutura psicótica & foraclusão do nome do pai me soa cada vez mais distante da realidade. Porque começo a acreditar que a loucura é uma situação, um mecanismo de poder e uma resposta a uma realidade de vida insuportável.

Eu me encantei com o amor de um paciente, esses dias, ao escutar seus desejos e ansias e vontades. Eram simples, mas sinceros, e o iluminavam com uma bondade diferenciada. E, diante dele, me segurei para não me render a prantos "pouco terapeuticos". Agora eu sei porque escuto tanto essa música enquanto escrevo isso. Trata-se de um retardo mental, moderado para grave. E essa música tocava em um comercial sobre sindrome de down.

Eu tenho aprendido muito com aquelas figuras, loucas, mas sábias. Pois poucos são os psicólogos que enfrentaram tantas dificuldades e barreiras nessa vida. A pobreza, o preconceito, a doença e a violência. Ainda assim eles erguem o rosto e continuam, apoiados em umas ou outras bengálas. E ainda assim são capazes de desejar o bem ao próximo, trazer em suas almas um desejo sincero de agradecer aqueles que lhe cedem a palavra, tão comumente segregada, desrespeitada, e não escutada.

Tem sido uma lição de vida, estar ao lado deles todos os dias.

Pois, ali, enfim, eu entendi o que é amor.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Paranoid Android

Please could you stop the noise, I'm trying to get some rest
From all the unborn chicken voices in my head
What's there...? (I may be paranoid, but not an android)
What's there...? (I may be paranoid, but not an android)

When I am king, you will be first against the wall
with your opinion which is of no consequence at all
What's there...? (I may be paranoid, but no android)
What's there...? (I may be paranoid, but no android)

Ambition makes you look pretty ugly
Kicking, squealing gucci little piggy
You don't remember
You don't remember
Why don't you remember my name?
Off with his head, man
Off with his head, man
Why don't you remember my name? I guess he does...

Rain down, rain down
Come on rain down on me
From a great height
From a great height... height...
Rain down, rain down
Come on rain down on me
From a great height
From a great height... height...
Rain down, rain down
Come on rain down on me

That's it sir
You're leaving
The crackle of pigskin
The dust and the screaming
The yuppies networking
The panic, the vomit
The panic, the vomit
God loves his children, God loves his children, yeah!



-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-

É, isso ae, casa nova, vida nova,

Visitas de 1 mês que mudaram tanta coisa nessa cabecinha confusa.
Viagens recentes que me fizeram perceber algumas coisas.

É, a vida não para. E continua num ritmo estranho & acelerado, onde afloram novas idéias & perspectivas & ritmos.

Monografia, trabalho, wow e música.

E agora até do DA eu sou membro, pensando no que fazer pra movimentar ainda mais os alicerces de um novo mundo que se fez diante desses olhos assustados & perplexos com a sujeira das mentes doentias que habitam essa tal pós-modernidade.

Talvez eu não esteja tão preparado assim pra todas as coisas que estam acontecendo e vão acontecer, mas por hora eu curtindo essa nova vibe.

O que mais me espanta nisso tudo é o quanto algumas pessoas conseguem & fazem questão de deixar claro que são más, trazendo julgamentos que há tempos não fazia, mas que agora, por tamanha perplexidade que certas ações causaram, eu não consigo me furtar de fazer e de me entristecer com a doença de uns e outros, que nos afetam de uma maneira ou de outra.

Mas, bem, eu posso ser paranoico, mas não sou um androide!

domingo, 2 de março de 2008

Looking Outside Inside

Is this the one who thought it was insane
Coming down against it all

Didn't want it
Didn't need it
Didn't want it

Twisted face of fading beauty
Count the cost of suffering
Cannot see the day before you
Only feel what's deep inside
Try to change it makes no difference

Didn't want it
Didn't need it
Didn't want it

Let me go

Looking outside inside, craving for something
Hoping for anything, I'll believe in anything
Who has eyes that see, who wants to believe?
In something, in anything, in one thing, in freedom

Looking outside inside

Self-assist pandemonium, broken promises
Tired of life, flying high, you caught me in your eye
Disintegrated, incinerated
This is not now I want to be
Too much is coming through, someone please tell me what to do

Looking outside inside






É estranho.

E foi-se fevereiro ao passado.
E chegou março ao som de 80's.
E as mudanças ainda não se configuram em sentido.

E nem nos olhos reconfortantes da Morte eu encontro um relicário.

E os dias vão passando devagar.
As coisas não se colocam em seus lugares.
Porque não se trata de um singelo quebra-cabeça.
Ou nem de cenas picadas do rolo de um filme.

É apenas o absurdo.
A Vida.

Não é a toa que das últimas constatações metapsicológicas do tio Freud foi o aspecto econômico do psiquismo, na dinâmica da pulsão de vida x pulsão de mrote (apresentando, aqui, mais um axioma metafísico).

Mas render pulsão de vida a tendência à reprodução (e proliferação/garantia de sobrevivencia dos genes) me assusta.

É difícil pensar em si mesmo como um animal...

E onde está o sentido?
Além do simbólico?
Não me parece, porque a carência de sentido se faz dentro do simbólico.
Então nos deparamos novamente com o absurdo.
Porque é no simbólico que o sentido se esvai.

O maldito real perdido.
E a crença numa completude.
E a inauguração da falta.




A tristez da doçura.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Amity

The torture won't part you
Motherly breast won't warm you
You fail and foam from your mouth
why is it so loud, this sound?

All the sense your are capable of
does not seem to save you
You heed the glance of a smile
Was it impossible to float for a while?

Restless is carrying fever
burning you to pieces
In search and need of a friend
Will I bow down to this in the end?

I lay in the hands of my maker
and I want to spend the rest of it awake
Why do I get the feeling they'll brake it
It's a fight... it's a fight...

The torture won't part you
Mothers lap can't seem to warm you
You strain, you climb up and frown
Why is it so loud, This down?

All the sense you are capable of
does not seem to save you
You heed the glance of a smile
Was it impossible to float for a while?

I lay in the hands of my maker
And I want to spend the rest of it awake
Why do I get the feeling they'll brake it
It's a fight... it's a fight

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Sabe, eu sempre tive a impressão de que eu não pertencia a esse mundo. Passei muito tempo acreditando piamente que eu jamais alcançaria a maioria das pessoas, que elas sempre fossem soar estranhas pra mim.

Aí um dia eu descobri que o estranho era eu, e não os outros.
Que minhas questões redundavam no vazio. E que era assim que as coisas eram mesmo. Que não tia nenhum mistério em nenhum lugar.

E nem mesmo o brilho etéreo de uma lua cheia era tão misterioso quanto aparentava ser. Não passa de luz do sol refletida, afinal.

Fui contaminado pela tristeza/alegria que movimenta nosso mundo morimbundo.

Eles chamam isso de crescer.
Acho que prefiro chamar isso de "crepúsculo da magia".

E por mais que eu ensaiasse retomar aquilo que fazia parecer que a vida valia a pena, eu sempre permitia que Aquilo escorreguasse para longe das minhas mãos.

E eu sempre tinha a sensação que a vida seria curta e que tudo estaria acabado em alguns minutos. Mas ela perdurou. E eu tinha a sensação de que ela nunca caminharia. Mas eu sabia que aquelas eram palavras vazias.

Eu procurei portas. Achei algumas, nos fundos. E elas me levaram pros becos dos meus sonhos. E e pensei: "São apenas frames da minha mente!"

Mas, logo que a vida ficou chata o suficiente pra eu desistir dela, estranhas vibrações me circularam. E elas me confortaram, afastando aqueles sons incomodos. Comecei a fazer minhas apostas. E escolher meus caminhos. E quando tudo parecia absurdo e impossível eu me jogava à grama, respirava fundo e me segurava ao que quer que eu tivesse pra me segurar, não me permitindo cair.

É claro que logo esse exercício tornou-se vazio. Foi então que eu procurei pela chave, tranquei a porta, e comecei de novo. Me joguei na grama, respirei fundo, e me segurei ao que aparecia. Assim, eu não caí...

Encontrei a minha paz dentro de mim. Descobri que, no final, eu era o centro de tudo.
Afinal, se tudo depende do ponto de vista, partindo do meu, nada mais natural do que eu ser o centro....

Com isso em mãos eu pulei. Sim, o prédio. Eu pulei. Me pluguei às minhas verdades, retomei minha infância e clamei que a mágica voltasse, Explorei novos caminhos, ao separar minha alma em várias partes.

Descobri que a vida era uma dádiva. E revelei tudo o que estava escondido.

Me arremessei ao princípio, e descobri que subestimava meus próprios pontos de vista.
Desfiz todas as camadas da eternidade. Comecei do princípio do fim.
E respirei.

E, enfim me senti vivo. E aprendi a mergulhar...
E, respirando, construí a ponte dentre a luz e a escuridão.

Nada disso é feito sozinho. Mas eu descobri que existiam outras pessoas como eu.
Que tinha tornado sua vida uma jornada pelo crescimento pessoal.

E elas não eram chatas como zen budistas. Elas riam e bebiam e fumavam.
E, algumas, escutavam boas músicas.

Aí decidimos nos tornarmos os Mais Legais.
E então começamos a fazer o que existe de mais poderoso em se tratando de magia: engenharia de realidade

Não sei notar bem quando, mas isso acabou que se perdeu em algum momento.
E o crepúsulo recomeçou.

A coisa ficou no crepúsculo mesmo durante muito tempo.

Mas a verdade era que a noite ia chegar em algum momento.
E foi o que aconteceu no final das contas.

E agora eu estou procurando o caminho e volta, puto porque eu sei que vou ter de percorrer ele todo de novo.





// este texto estava no fotolog, mas achei por bem postá-lo aqui//

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

E hoje, o silêncio.

Eu falava hoje, na faculdade, após uma ótima aula de Psicoterapia Breve, que abordou o momento onde esse tipo de prática psicoterápica surgiu, contexto pós-moderno e esses blá-blá-blás:

"Cara, eu fico puto com essa história, porque isso só me lembra que a gente perdeu. Nós, adeptos da vontade livre. As grandes ideologias morreram e hoje todos os movimentos contra-culturais não passam de bens de consumo. Hoje você pode ser budista por 39,99, comprando o DVD do Mestre Zên aleatório por aí..."

Aí o Diego contestou:

"Que isso cara, a gente teve o grunge, já nos 90."

"Porra, velho. Que isso, embora eu ache que o grunge não tenha bebido tanto assim na lógica da sociedade de consumo, os caras não tinham uma ideologia. Eles eram tipo a manifestação máxima da angústia, no sentido psicanalítico. Afeto sem idéia. Eram os rebeldes sem causa. Não tinha uma direção óbvia para seus berros. Eram tipo nilistas burros, e todos se mataram no final, tirando o boiola do Eddie Veder. Eu ainda penso que o último grande movimento contra-cultural que brigou por alguma coisa foram os Punks, mas ainda assim eles já retratavam o declínio. O Punk foi tipo um grito desesperado diante da derrota. Eu penso que o grunge é o mimimi afermath."

"É, parece que a gente perdeu mesmo."

"Dá uma olhada na Praça da Savassi Sexta-Feira a noite e você vai ver: trata-se da mera estética. Tudo é estético demais nos dias de hoje. É o contexto perfeito pra ser PIMBA, porque citar Níti é cool, mas chato se ficar se demorando demais nele. Pra que ler um livro de um filósofo se a gente pode ler aquele artigo de três páginas que mastiga o pensamento dele? Além do mais, qualquer comunidade do orkut está cheia de citações a serem reproduzidas. Fazer cara de intelectual vale amis do que ser ntelectual de fato. Até essa pimbice de pós-modernidade tem muito disso. Os textos são descolados, breves e corridos, você bate o olho e lê, entende, e pronto, sai reproduzindo por aí. Nada de ficar destirnchando a poesia de Deleuze ou a extensa obra do Freud. Esses caras tão, tipo assim, no passado, meu!"

Uma imagem diz mais que um bilhão de palavras. Não há tempo de ser profundo. Por isso, soar profundo é mais eficaz. Cara blazé, ócolos quadradinho, cabelo tampando a cara. Essas coisas, que dão um ar de mistério. Cigarro na boca, pra não precisar de ficar falando.

Não há espaço pros gênios. Essas são as condições discurssivas atuais: especialize-se. E seja pragmático. Faça o que é necessário. Não se demore na filosofia. Não pense demais.

Ficou triste? Mas malhação é um pé no saco, coisa de, tipo assim, patty, meu! Beleza! Baladinha ali e acolá, musiquinha da boa mesmo! Ah, não curte baladas? Joga um joguinho legal. Descansa a cabeça!

É tudo a mesma coisa, cara. Acorda!
Não precisa se limitar. Não precisa não fazer essas coisas.

Mas não deixe de pensar. E não deixe de questionar. Pra que você precisa de 22 piercings na cara? Pra que você quer ser tão diferente? Pra que você quer chocar? O que você quer provar com isso?

Eles estão a baixo de você, né? Você é cool demais pra eles. Inteligente demais. E tem um óculos quadrado na cara pra provar isso! E, bem, você sabe que o Sartre, tipo, era existencialista, e falava umas paradas de liberdade e responsa. É, tá de bom tamanho. E o tal do Freud falava alguma coisa sobre Falo, Édipo e comer minha mãe.

Eles já pagaram os direitos autorais. Pertence a eles agora. Suas vinte e três tatuagens e seus cinco brincos por centimentro quadrado. O seu beck e o seu pó. Até mesmo o seu indie rock.

Sua tatoo é, na verdade, Hórus, o deus do sol Egípcio. Que, tipo assim, representa o ciclo do sol. O nascimento, a morte e a ressureição. É, eu to ligado dessa idéia, eu li no orkut. Achei doida a história!

Seus piercings são, na verdade, body modification. É, mó onda em London City, brow. Tem um cara na Savassi que tá mandando ver. E, tipo assim, rola de fazer umas suspensõe spor lá também. Enfiar usn ganchos na bunda e pular de um prédio de 15 andares. Dá mó onda!

Ou, e esses caras, os Dead Monkey From Hell. Hahahaha. Os caras são mó viagem, som indie do bom. Eles falam de macacos mutantes comc érebros super desenvolvidos que dominam a sociedade humana. Pura nonsense!




Seja diferente! Compre essa calça por apenas 99,99! A última moda em Budapeste!

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Are You There?

Are you there?
Is it wonderful to know
All the ghosts...
All the ghosts...
Freak my selfish out
My mind is happy
Need to learn to let it go
I know you'd do no harm to me

But since you've been gone I've been lost inside
Tried and failed as we walked by the riverside
And I wish you could see the love in her eyes
The best friend that eluded you lost in time
Burned alive in the heat of a grieving mind

But what can I say now?
It couldn't be more wrong
Cos there's no one there
Unmistakably lost and without a care
Did we lose all the love that we could have shared
And its wearing me down
And its turning me round
And I can't find a way
Now to find it out
Where are you when I need you...

Are you there?

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As vezes eu sinto que as coisas vão se resolver.
Mas sempre acordo com um gosto ruim e seco na boca. E me lembro que tudo foi um sonho. Um sonho bem breve.

Eu não sei. As vezes tenho a sensação de que não vou suportar a tristeza. As vezes parece que vai ser tão fácil.

Nada se resolveu ainda, e eu sinto uma angústia cada vez mais insuportável.
As vezes acho que nem vou mais conseguir respirar, porque é quase palpável que tem algo intalado na garganta.

Eu falava com a Nádia no telefone hoje. A gente meio que brigou e eu soltei uns 12 atos falhos do tipo "quando a gente namorava". Mas eu não quero terminar com ela.
...

Não mesmo. Eu amo aquela menina. Mesmo com todos so erros que ela cometeu.
Eu aprendi a amar os seus defeitos.
Cada um deles.

Mas é que... é que eu queria que ela tivesse aqui comigo.

Só isso.













Eu desaprendi a viver sem ela por perto.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Learning To Live

There was no time for pain
No energy for anger
The sightlessness of hatred
slips away
Walking through winter streets
alone
He stops and take a breath
With confidence and self-
control

I look at the world and see no
understanding
I'm waiting to find some sense
of strength
I'm begging you from the
bottom of my heart to show
me understanding

I need to live life
Like some people never will
So find me kindness
Find me beauty
Find me truth
When temptation brings me to
my knees
And I lay here drained of
strength
Show me kindness
Show me beauty
Show me truth

The way your heart sounds
makes all the difference
It's what decides if you'll endure
the pain that we all feel
The way your heart beats
makes all the difference
In learning to live
Here before me is my soul
I'm learning to live
I won't give up
Till I've no more to give

Listening to the city
Whispering its violence
I set out watching from above
The 90s bring new questions
New solutions to be found
I fell in love to be let down

Once again we dance in the
crowd
At times a step away
From a common fear that's all
spread out
It won't listen to what you say
Once you're touched you stand
alone
To face the bitter fight
Once I reached for love
And now I reach for life

Another chance to lift my life
Free the sensation in my heart
To ride the wings of dreams
into changing horizons
It brings inner peace within my
mind,
As I'm lifted from where I've
spilt my life
I hear an innocent voice
I hear kindness, beauty and
truth

The way your heart sounds
makes all the difference
It's what decides if you'll endure
the pain that we all feel
The way your heart beats
makes all the difference
In learning to live
Spread before you is your soul
So forever hold the dreams
within our hearts
Through nature's inflexible
grace
I'm learning to live

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Eu esqueci do quanto o virtuosismo pode soar bonito.
Acho que tenho uma alma virtuosa.

Mas é hora de acordar.

E voltar à lição. Voltar a aprender a viver.
Essa música é indescritivelmente bonita.

Ela clama pelo que há de mais puro em meu ser.
Algo de essencial.

É um misto de crença e coragem. Mas acredito se tratar de vontade de viver, mais puramente.

Mesmo estando um passo além do tempo, dançando em meio às multidões, é inegável o meu medo de dar as caras. De voltar a agir em prol de minhas crenças.

Eu tenho medo de ser questionado, porque não tenho certeza se consigo sustentar minhas construções. O que me leva a pensar que elas são insuficientes, em estrutura.

Mas que se dane. Eu acho que as vezes é bom deixar de lado os embate intrapsíquicos e chutar um pouco o balde. Afinal, a vida não espera.
É hora de espantar os mosquitos do kibe e descobrir que na verdade é um ovo.

Vou botar a cara no mundo, sem medo de levar uns tapas, e ver de qual que é.
O ritmo que você dá à sua vida faz toda a diferença, ao longo do aprendizaod da vida.

E eu acho que o meu anda meio sem ritmo algum.

Eu tenho sonhos, e não estou disposto a abandoná-los.
Então mãos à massa!





Pela graça inflexível da natureza, eu preciso aprender a viver...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Herbal Movement

Percebem o quanto meu blog está repetitivo? Ah, essa tal de neurose é legal mesmo.
Repetir pra elaborar... é o que dizem!

Bem, eu tenho um computador agora.
Eu comprei hoje. Ou seja, cavei um buraco bem fundo onde vou poder colocar a cabeça de tempos em tempos. Pro atual momento, acho uma boa.

Faculdade de novo. Com boas perspectivas. Bons professores e uma certa vontade de estudar.
...



Enquanto eu digito isso penso que hoje é meu aniversário.

23 anos. Poxa, como o tempo passa... e quanta coisa mudou nesse tempo todo...
E eu ainda não formei... Mas to arpoximando desse dia. E aí? O que vem depois?
Concursos, mestrado talvez, quem sabe uma clínica. Não sei ainda muito bem.
Eu não sei. Não me sinto psicólogo. Não sou modesto. Quem convive comigo sabe que não sou um poço de arrogância, mas muito menos modesto...

Eu sei um bocado de psicanálise, um pouco de existencialismo e comportamental e dou umas pinceladas em filosofia, de Heidegger, Kierkegard e Sartre. Posso até mesmo pimbar sobre Kant, Hegel e Níti (hehehehe). Conseguiria escrever um artigo sem nem ao menos consultar obras por aí. Tá, eu já meio que trabalho, no estágio, porque eu faço bastante coisa lá. Mas não sinto que estou fazendo algo especial por demais. Mesmo que eu tenha uma teoria me orientand, tem horas que eu penso que aquilo poderia ser feito por outras pessoas, de uma outra maneira, e funcionar igualmente bem. Bem, chega de relativismo por hora!

Olha, meu gosto musical melhorou um bocado desde que eu me tornei um moleque (porque antes eu era criança). Aos 15 anos eu passava horas escutando Legião Urbana e Zé Ramalho. Era o que eu mais escutava, de longe. Depois passei a ouvir grunge, sendo que Hole, banda da Courtney era a minha favoritas. Então eu conheci as bandas de soft metal, a lá Nightwish, Stratovarius e, sei lá, Rhapsody. E eu fiquei nessa muito tempo, passando a ouvir coisas mais pesadas até, como Slayer e Metallica. Logo eu estava curtindo um rock and roll mais raiz, como Deep Purple e Led Zepellin, embora ainda gostasse de Melódico. Eu passei a ser fã de Dream Theater também. Pink Floyd sempre esteve presente, mas tornou-se mais importante nesses tempos, também.

E pensar que só em 2006 eu fui descobrir os trabalhos pós doon metal do The Gathering. Aquilo sim eram trabalhos bastante originais, beirando o conceitual e experimental... e com letras que me tocavam na alma.

23 anos. Porra. Eu fui uma criança esquisita. Embora eu falasse muito eu era bastante tristonho. E eu demorei a deixar de ser criança. Só depois dos 14 anos que eu fui pensar em coisas como mulheres e saídas... Antes disso ficava só em casa, no esquema PC/Video Game/ Action Figures (ou bonequinhos...).

Eu estava com 14 anos quando fiquei pela primeira vez. E, mesmo assim, esse tipo de coisa só acontecia de 1 em 1 ano. Bem, isso mudou um bocaod quando fiz meus 17 anos. Eu me apaixonei perdidamente por uma menina que parecia altamente distante de mim. Ela se dava bem socialmente, era bonita demais, inteligente, e namorava caras 10 anos mais velhos... Que chance eu poderia ter? Mas eu a conquistei no final das contas. E ela foi o meu primeiro romance realmente relevante. Ela me chutou, e depois disso eu nunca amis tive problemas com mulheres. Pelo contrário, tornei-me aquilo que muitos tachariam de "galinha" ou "pegador".

Namorei 2 anos com uma guria, aos 19 e de novo aos 21, com a minha atual mocinha fugitiva, Nádia.

Eu me considero um intelectual. Desde quando li "O Capital", do Marx, no segundo ano, e comecei a ler "O Ser e o Nada", de Sartre, no terceiro, eu soube que gostaria de seguir uma carreira academica na área de humanas. E desde então venho tentando ler mais e mais, dando longas paradas de tempos em tempos. Atualmente, devido ao meu curso, tenho lido alguma coisa de psicanálise aqui e ali, mas já li muitas das obras do Freud e alguma coisa do Lacan também.

Eu gosto de arte. Desenho desde que me entendo por gente e acho meu traço bom, pra quem nunca fez aula. No vível dos desenhistas medianos de comics americano, mas com menos noção de perspectiva e proporção. Eu adoro teatro e já apresentei duas peças, send uma delas de comédia. Fiz aula durante um ano e era considerado por todos um rapaz de talento. Música é minha maior paixão e eu tenho passado a assistir mais e mais filmes desde que comecei a namorar a Nádia. Bons filmes!

Eu sou um nerd. Eu jogo. RPG, Computador, Video Game. Frito em Ficção e fantasia. Esse tipo de coisas... Não sou otaku, mesmo porque não acho desenho japônes isso tudo que o povo acha. Prefiro muito mais o Wolverine do que o Seya de Pégasus. Muito mais o Homem-Aranha do que o Naruto. E etcs...

Eu escrevo histórias. desde meus 7 anos de idade, começando com RPG, mas brincando de escritor em muitos momentos. Já criei ótimos mundos, mas mundos ridículos também. E criei tantos personagens que já me esqueci de muitos. Não me dou muito bem com poesia, mas as vezes tento mandar alguma coisa. Eu sou bom com clichés de qualquer forma.

Acho que sou bem gente boa. Sou bom em fazer amigos, e as pessoas costumam me achar um cara bacana. Ultimamente eu ando bem caladão, mas é que eu estou triste e sufocado demais...

Bem, esse é talvez o aspecto mais importante da minha persona:

Eu sou um mago.

Por mais que eu não esteja praticando absolutamente nada no momento, esse tipo de coisa nunca sai de sua vida, uma vez que você tenha entrado nessa.

Eu brinco de metamorfose egóica desde meus 15 anos e já passei por quase todo tipo de subcultura adolescente de minha geração.

Eu trabalho com engenharia de realidade as vezes, fazendo o mesmo com as pessoas ao redor.

Eu sussurro segredos aos ventos e, em troca, ganho um olhar ou escuta, quando julgo precisar.

Eu leio corações quando mordo a lingúa tão forte ao ponto de sangrar.

Bem, eu não sinto a mágica nas veias sempre. Mas ela está sempre por perto.

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Um sonho:

Tudo que eu queria agora é um lar nas montanhas e um tempo mais fresco.

Queria poder vestir casacos bonitos todos os dias e passar o entardecer na varando com pessoas amadas, tomando um cappuchino e fumando alguns cigarros, enquanto construímos ontologias interessantes.

Quando o lar nos deixasse entendiados podiamos descer e escutar boa música num barzinho, onde apenas pessoas interessantes iriam. Falariamos, então, de boa música e de bons filmes. Por fim poderiamos sair pra dançar. Usariamos roubas pretas e todos teríamos tatuagens bonitas e cheias de significados legais.

Durante o dia iriamos frequentar parques frescos, usando roupas leves e largas, com saias floridas e calças rasgadas. As camisas, brancas, seriam sem estampa, ou trariam mensagens bonitas e acalantadoras. A temperatura ficaria em torno dos 23 graus, na primavera e verão, e 10 graus no inverno ou outono. De tempos em tempos nevaria, mas bem pouco.

As pessoas seriam felizes, mas pouco efusivas. Mas cara de bosta, ou blazé, seria considerado um crime, e a punição seria alguns minutos de cosquinhas.

E todos lidariamos bem com críticas pessoais, entendendo-as como uma possibilidade de crescer enquanto pessoa.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

These Good People

He worries no more than he

Necessarily needs to fill his void

As big as space never ending thrill

He meets his will by choosing hate

Why choosing?

Need us to smile too?

Alright

Struggling to prevail

Foretaste

The aftermath

Which will be black

As black as waste

We'll throw in an extra dance

For just a little over 5 pence

Need us to smile too?

You'll turn our limo into a hearse

Weighing just enough to run it over your curse

Need us to smile too?

You lie, you lie, you lie

Eu descobri que eu não tenho mais muita paciência pras pessoas. Elas tem me dado muita preguiça, sabe. Eu não sei se estou disposto de verdade a mudar todo meu setting social. Esse tipo de coisa demora pra ser desenvolvida e eu não me identifico mais com nenhum dos grupos que existem.

Eles são fracos demais ideologicamente para que eu os respeite. Eu nem mesmo ouso chama-los de subculturas, por tão insuficientes que eles são pra mim.

Mas, sejamos sinceros, a gente dança por alguns centavos, não é mesmo? Eu já não suporto mais lidar com a extrema pobreza com a qual estou lidando diariamente no trabalho. É o tipo de realidade que te faz questionar tudo em sua vida. Do prato de comida ao carro que você anda. E, no final das contas, os modos burguêses tornaram-se chatos demais. Eles me ferem, em certa medida. A neurose me fere também, tamanha as suas dramatizações. Os dramas histéricos são os que mais me irritam, o que é problemático, já que eu sou um deles. E por isso sei bem como funciona.

E sim, tudo o que eu queria fazer agora é me entregar a meu espírito de avestruz. Porque, pra ser honesto, não tenho tido muita paciência pra mudar as coisas em minha vida, como eu disse inicialmente. Não que meu círculo social me satisfaça, mas é que com ele eu já me acostumei. Eu me irrito com pessoas específicas de tempos em tempos (e sei que algumas se irritam comigo também, por isso não preciso me snetir culpado), mas no geral eu me dou bem com eles.

Sabe, eu fiz bem em não me permitir apaixonar pela doidinha. Em ter segurado minha onda. Isso se deu por uma série de motivos, dentre eles:

*Eu ainda amo a Nádia, e que esse tipo de traição lhe faria muito mal, e eu sou sincero demais pra mentir... (Não que eu ache que você possa amar uma só pessoa, mas eu sei que ela não é obrigada a pensar assim...)

*Preferia fragar qual é a dela, antes de me entregar a um sentimento cego.

*Ela tava ficando (observem: FICANDO) com um amigo que gosto um bocado.

Minha aposta era a de que ela não estava apaixonada. Mas eu sabia desde o começo que ela estava. Bem, como ela era a única pessoa em quem eu estava disposto a investir, acho que ter desistido dessa história vai muito mais longe...

Eu estava pensando em fazer uma festa de aniversário, mas o que eu queria mesmo era que a Nádia estivesse aqui... e ainda agora não sei se ela vem ou não vem...

Ces perceberam que eu fiquei pró em mentir pra mim mesmo? EU SEI que ela não vai vir, mas eu prefiro acreditar que vai.

Eu não quero ter de voltar aos tempos de "Conhecer novas pessoas, sobretudo mulheres". Eu percebi, desde já, que eu não vou dar conta disso de novo. Eu quero dividir coisas profundas com uma mulher, não beijar na boca e trepar. Embora eu esteja sentido falta disso também.

E eu me sinto ridículo por esse ser o drama do momento. Tem uma fucking monografia pela frente e eu fico pensando nessas coisas? E então eu fico com preguiça de mim mesmo. Poxa, que tipo de vida é essa em que a gente se preocupa com detalhes tão simplórios enquanto tem um monte de gente morrendo de fome por aí?














Acho que eu tenho de meditar.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Saturnine

The day you went away
You had to screw me over
I guess you didn't know
all the stuff you left me with
is way too much to handle
But I guess you don't care

You don't need to preach
you don't have to love me, all the time

Whatever on earth possessed you
to make this bold decision
I guess you don't need me
While whispering those words
I cried like a baby
hoping you would care

You don't need to preach
you don't have to love me, all the time

You don't have to preach
all the time



Não consigo parar de pensar assim...
É estranho... as vezes eu acho que eu tento me convencer disso.
Assim as coisas ficariam mais fáceis. Elas doeriam, mas eu me sentiria livre para seguir.

Acabou o carnaval, e com ele as minhas férias. É tempo de voltar ao cotidiano.
Ao esquema aula - trabalho - casa... mas com uma parte significativa faltando.
Eu confesso sentir um grande vazio quando fico muito tempo refletindo. Não existe mais fins de semana ao lado da Nádia. E não sei quando eu vou voltar a ter isso! Se é que eu vou.

Eu voltei a sair. Sabe, eu dizia nos últimos posts da tal pessoa que eu conheci. Isso é fantástico! Três vezes que eu saí e eu já conheci pessoas muito legais. Nada de expetacular, com exceção da tal pessoa. E eu ainda não consegui entender muito bem o que sinto. Acho que não é paixão ou qualquer coisa do tipo. Eu não me sinto apaixonado. Ou não me permito.

Além do mais, pelo que eu percebi, a tal pessoa não vai muito de acordo com meus planos poliamoristas. Quero dizer, não dá pra saber muito. Eu não to brincando quando falo nisso. De verdade. Eu realmente acho uma alternativa plauzível. E vale lembrar que a Nádia é cheia de atravessamentos lésbicos!

Não sei. O que penso sobre isso? Talvez seja uma alternativa para tirar o peso da relação. Dessa forma o constante demandar neúrótico pode se divir em mais de uma figura.

Acho que seria bom fazer uma experiência, mas essa não é um tipo de decisão que eu possa tomar sozinho, e não sei como abordar a Nádia para falar nisso. Passei alguns dias sonhando com isso. Num desses sonhos a Nádia meio que pirou no meio da coisa toda e saiu correndo. Eu fui atrás dela, para falar com ela. E, eu acho, esse sonho diz de minha atual postura: a Nádia ainda é a pessoa mais importante pra mim.

Eu não sou intransigente. Nem um pouco. Eu posso não escutar as vezes, mas eu smepre tento ponderar pelos dois lados. Mas confesso que esse tem sido meu maior objetivo de vida agora. Eu já vi que relacionamento aberto não funciona muito bem... Eu tentei, e foi um desastre.

O problema todo é que a Nádia não tá aqui. Não tem como eu planejar nada disso sozinho. Seria no mínimo injusto.

Essa música, do The Gathering, obviamente, eu não gosto muito dela. Mas eu confesso que a letra tem ecoado na minha cabeça todos esses dias. É um pouco isso mesmo que eu penso. Não precisamos ficar pregando dentro de nossos relacionamentos. Acho que as coisas tem de vir naturalmente, na medida em que elas se fazem necessárias. E, ao mesmo tempo, não acho que precisamos nos amar todo o tmepo. Somos ambivalentes demais pra isso. Isso só gera conflito intrapsíquico. Porque é insupórtável pra gente odiar e amar a mesma pessoa, ao mesmo tempo. Mas é exatamente isso que acontece.

Eu não quero ser amado todo o tempo, e nem quero amar todo o tempo.

O que realmente quero são asas, para me erguer aos céus quando a Terra me enjoar.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Broken Glass

Strange vibe
circles round
Tries to comfort
buzzing sounds

Form an arrow
point at us
We the target
are the one

Place your bet
on the best
The fastest horse
you can find

Drop yourself
in the grass
Breathe the air
at last
Hold on tight
don't fall down

Breathe the air
trough the water

Form an arrow
point at us
We the target
are the center

Find the key
lock the door
Close your eyes
for encore

Drop yourself
in the grass
Breathe the air
at last
Hold on tight
don't you fall down
Breathe the air
trough the water

Find your peace
turn inside
You the target
you the center

Find the key
lock the door
Close your eyes
for encore

Drop yourself
in the grass
Breathe the air
at last
Hold on tight
don't you fall down
Breathe the air
trough the water



As vezes prefiro que a Anneke fale por mim.
Eu preciso clarear minhas palaras. Não sei se vou divulgar esse espaço a alguem.
Mas, de qualquer forma, antes prevenir a remediar.

No ano novo lançamos-nos num ritual. Um ritual mágico.
A minha jornada pessoal teve dois grandes momentos.
No primeiro eu e Iago caminhamos juntos rumo aos céus, atravessando o inferno.
No segundo eu mergulhei em minhas próprias verdades, senti toda a dor do nascimento e vislumbrei toda a beleza da existência.

Depois daquele dia eu senti que as coisas deveriam mudar. Que a vida podia oferecer mais do que eu almejo. E que essas coisas estão mais próximas que eu imaginava.

A vida como vale a pena ser vivida. Eu tinha me esquecido, mas me lembrei naquele dia. E, novamente, pensei em como explodir algumas estrelas.

Bem, a Nádia fez o que fez, e o templo que eu tinha construído ruiu.
Mas aquele ato de insanidade me manteve são. De alguma forma, aquilo fez com que eu a adimirasse ainda mais. Porque eu percebi que era insuportável pra ela o absurdo da vida.

E, depois daquilo, comecei a pensar em como eu poderia mudar isso. Como eu poderia tornar a vida algo menos absurdo. Ou, ao menos, aprender a gozar desse absurdo. Eu recorri aos mesmo rituais do ano novo, mas descobri, tarde demais, que não estava pronto pra outra. E eu caí.

Foi uma longa queda, e, uma vez no chão, me vi derrotado pela saudade e pela desesperança. Ainda estou levantando. Segui o conselho do Iago e me pus a meditar. Tenho feito isso, procurando um norte, um sentido. Mas tudo se apresenta como um jogo. Um desafio, que o universo propõe.

Eu fico tentando encaixar as peças. Tentando fazer que elas façam algum sentido. Mas tudo o que percebo é que algumas delas são parte de outro puzzle, de outro jogo. Mas muitas delas são difícieis de serem descartadas.

Bem, tirei algumas conclusões:

Primeiro, sobre o amor. Não existem dúvidas que esse é um vetor importante. Não me restam dúvidas que se trata de um significante, e não de um significado. Ou seja, ele é dependente do sujeito. Talvez exista algo dessa ordem que transcenda a individualidade, mas nesse caso trata-se de algo menos mesquinho que o amor vendido pelos livros, filmes e músicas. Digo talve porque isso ainda éuma incerteza. Não creio que eu tenha entrado emcontato com essa força ainda. Pelo menos não de forma direta. Talvez a Flor represente isso.

Segundo, sobre relacionamentos. Eu já tentei levar um relacioamento aberto.Não funcionou. Por um motivo simples: meu amor é deveras neurótico. Ele envolve muita posse. Mas ao mesmo tempo ele é grande demais. Acho que somos desesperados demais, e que se centrarmos algo tão significativo em uma única pessoa ele acaba tornando-se insuportável. E faz-se necessário que seja sublime, leve e doce. Ele não pode sufocar.

Terceiro, sobre a Nádia. Ela desperta o que há de melhor e o que há de pior em mim. Ela é a objeto que me lança mais profundamente na minha cadeia significante. Não restam dúvidas, pra mim, que ela é uma peça chave. E estou certo que o que sinto por ela é amor. Não o transcendental, mas o meu amor, significante. Eu sinto uma falta absurda dela, e agora ela está muito distante.
Mas estou disposto a sustentar o que sinto. Mas não a esperar sentado até que ela volte.

Quarto, sobre meus amigos. Eu os amo. É diferente do que eu sinto pela Nádia. É diferente o que eu sinto por cada um deles. Mas, ao mesmo tempo, eu não consigo confiar tanto a eles quanto eu confiei à Nádia. Talvez ao Iago, mas este se tornou tão distante nos últimos tempos, e com tantas certezas, que não são minhas, que eu não acho ele tão alcançável como antes.

Bem, vamos à protofilosofia.

Vivemos dentro de um contexto, um contexto fascista por demais. Concordo com Barthez quando este diz que por fascismo não podemos entender apenas o obrigar a calar, mas também o obrigar a dizer. Somos obrigados a nos posicionar em relação a todas as coisas. Opiniões políticas, orientações sexuais, estilos de vida e, até mesmo, coisas mais superficiais como gosto musical ou literário. Isso nos coloca num papel social e nos cria uma série de representações.

Tá, o lance das representações se faz num outro momento, mais primevo. Quando perdemos o real, tornado representação por nossa mãe-figura-representação. Naquele momento perdemos toda o potencial imanente dos objetos. Eles são tranvestidos por significados. E, lançados dentro de uma cadeia de significantes, somos obrigados a dar sentido a tudo. Como isso não é possível, vivemos em angustia. Tem coisas que são insiginificáveis. A morte, por exemplo. Ou mesmo a vida. Criamos e matamso deuses e nos entregamso ao asceticismo, colocando a verdade num outro contexto, inalcançável por meros mortais.

Ou seja, existe um real perdido nessa história. Um real filtrado pelo simbólico. Atualmente acredito que nesse real reside a mágíca. E podemos entrar em contato com ele/ela por várias vias.

Mas, ainda assim, não passam de vislumbres.

Mas é no real que está a tal vida como vale a pena ser vivida. E esse é o meu Edén. O caminho ainda não está claro, pra mim. Mas acho que consigo imaginar por onde começar. Me matando. Não, não como tentou fazer a Nádia, embora tenha um pouco disso também. Preciso de uma morte simbólica. Preciso matar o sujeito Danilo constituído pelos seus meros significantes.

Eu invoquei o Cosmos para um diálogo, e tudo o que ele me ofereceu foi uma pessoa. Parece que é por lá que eu terei de começar. Como, eu ainda não sei. Eu vou oferecer minha mão direita à Nádia, mas deixarei claro que a mão esquerda ficará livre. Eu preciso de uma arma. Uma lâmina. E é com ela que vou me matar. Se essa lâmina é uma pessoa, ainda me resta entender como isso pode vir a funcionar.

Talvez a tal pessoa represente a terra onde piso. Ou o céu sobre minha cabeça.
Porque ela me fez lembrar que existe todo um mundo em volta. Ainda que representativo. Ma sé nele que reside o real.

Estou feliz, agora. Eu retomei a vontade de pular do prédio.

((Pra quem não entendeu, me refiro à cena final do Vanilla Sky))

Souvenirs

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..."

Ah, essa frase. Hum, eu não sou muito chegado a frases feitas. Elas me incomodam. Bem, mas essa não pertence a liga de filósofos e pensadores que forjaram minha concepção de homem. Ela está num livro infantil, "O Pequeno Principe". Não, eu não acredito nisso. Não acho que nos tornamos responsáveis por reações reativas que causamos. O que me questiono aqui é o quão reativa é a capacidade de alguem cativar as pessoas? Não consigo acreditar que não exista certa intencionalidade nisso...

Bem, antes de continuar acho bom esclarecer algumas coisas. Eu já tentei manter um blog por muitas vezes. Eles nunca duraram mais do que cinco posts. Sim, esse é um número significativo. Acho que a única coisa que consegui tocar por um bom tempo foi meu fotolog. Mas ainda assim os posts se tornaram esporádicos, e as vezes passam-se semanas sem que eu post alguma coisa.

Eu preciso falar, agora. E trata-se de falar pra mim mesmo. Por mim mesmo. O último blog que criei foi pra dizer pra Nádia as coisas que ficavam intaladas, por algum motivo. Agora eu quero um espaço pra dizer pra mim mesmo as coisas que minha consciência evita.

Já a um mês retornamos da praia, eu, a Nádia, e os meus melhores amigos. Foram férias maravilhosas, que renovaram minha vontade de viver. Eu trouxe comigo, daquele lugar, uma lembrança, que tornou-se meu maior tesouro nos dias vindouros. Eu, em meio ao Oceano, vislumbrando uma Lótus feita de água, desabrochando eternamente, saudando o céu estrelado. Eu sentia, porém, um silêncio pernicioso vindo da Nádia. Era como se tivesse algo errado. Mas eu não podia suportar isso. Não queria acreditar nisso. Deveria estar tudo bem.

Ela tentou se matar, um dia após nosso retorno. E, dede então, vi tudo ruindo ao meu redor.

Isso silenciou minha alma por alguns dias. Não consegui nem ao menos gritar. Eu ria, feito um bobo. Agia como se nada tivese acontecido. Mas essa era uma verdade impossível de ser ignorada. Ela não estaria mais aqui. Estaria longe.

Foi então que me perdi. Não tinha mais as mesmas referências, que me permitiram construir uma vida mentalmente e emocionalmente estável. Eu perdi mais do que uma namorada nisso tudo. Perdi minha família, minha casa, minha melhor amiga. E passei perto de perder a minha vontade de continuar. Eu sei, isso soa dramático por demais. Mas é pra isso que estou aqui. Pra deixar as palavras dizerem por si.

Me vi sem refernências sólidas, e caí no desamparo. Eu tentei me agarrar ao que aparecia, mas parecia que nada era capaz de substituir aquilo que nós dois tinhamos construído. Era muita cumplicidade. Não! Não posso continuar sustentando tais mentiras! Que cumplicidade é essa? Eu nem ao menos percebi o que estava por vir. As vezes me pergunto o quanto eu conheço a Nádia de fato. Ela é pouco aberta. Pouco sincera. Ela se resguarda demais...

Sim, eu me sinto traído. Traído por não receber a mesma sinceridade que ofereci. Traído por um ato egoísta. Mas isso não foi capaz de matar o que sinto. Pelo menos não ainda. O problema, agora, é que eu começo a perder as esperanças que ela de fato retorne. A cada dia que passa seu retorno parece estar mais distante. Sim, eu sei que esse é um dos braços entrópicos da saudade.

Estavam sendo dias escuros. Bem, digo estavam porque agora eu acho que encontrei alguma coisa. Posso estar muito enganado. E, o pior, é que isso, que eu encontrei, é bem capaz de destruir toda esperaça de que as coisas voltem a ser como eram. É um risco pesado a correr. Mas, agora, olhando de fora, posso perceber que as coisas não estavam tão bem assim. Tinha muita coisa errada. Nossas mentes entorpecidas tinham deixado de buscar por melhoras, por crescimento. Nos contentamos com muito pouco. Mas só agora posso perceber isso.

Eu me lembrei. Não, me lembraram o que eu realmente queria. O que eu tinha postulado como objetivo de vida no momento que entendi do que ela se tratava. Estranho é pensar que isso, essa lembrança, veio da pessoa que mais me decepcionou nessa história toda. Justiça divina, ele ousou dizer... E essas foram as palavras mais egoístas que já escutei.

Mas, e eu odeio admitir isso, ele tem sido um professor. Desde os tempos de gnosis e Andressa. Desde que eu comecei a reconstruir a minha vida a cerca de 3 anos atrás. Acho que, justamente por ele ocupar um papel tão importante na minha dinâmica psíquica, é que tenho tanta dificuldade de aceitar algumas de suas falhas.

A vida como vale a pena ser vivida. Um edén ideológico. Mágica.

Era isso, desde o princípio. E isso morreu, quando estava no auge. Eu troquei a jornada de minha vida pelo conforto da cotidianeidade. Eu me tornei inaltêntico. Eram tantos projetos! Conspirávamos enquanto brincavamos de engenheiros da realidade. Iriamos curvar o Cosmos a nossa vontade. Mas não foi isso que aconteceu.

Eu deixei de acreditar. Foi isso que aconteceu.

"Tente meditar", ele disse. Eu escarniei no começo. Disse que esse conselho soava como "Vamos cheirar benzina". Mas, no final das contas, foi isso o que fiz. E eu voltei até aquele dia na praia. O dia em que vi a flor. O dia em que eu mergulhei para dentro de mim mesmo. Me lembrei da jornada que eu tinha feito, e de como a mágica voltou, ainda que por alguns isntantes, a fluir pelo meu corpo. E, no final, eu senti que era hora de voltar ao mundo. Eu senti que, naquela noite, o universo me desafiava. E eu aceitei o desafio.

Quando entendi do que se tratava eu fiquei bastante decepcionado. Uma mulher? Nonsense!
Eu passei os próximos dias efletindo um bocado. Quase abandonei o estágio, mas o bom senso foi retornando, com uma ajudinha de minha querida supervisora, a minha atual figura materna of choice. No final das contas as coisas ocmeçaram a melhorar. Eu ganhei meu próprio quarto. Vou comprar meu próprio PC dentre alguns dias. E, paralelo a isso, eu refletia. O que o cosmos queria dizer com aquele sinal?

Era difícil ignorar o que tinha acontecido. Mesmo porque ela não saiu da minha cabeça. Não, eu não estava apaixonado, ou qualquer coisa do tipo. Seria direto demais. Essas coisas operam num nível mais simbólico. Então do que se tratava? Eu não pude entender de imediato o que aquilo queira dizer. Mas eu precisava entender!

Me lembrei da campanha de Mago. De como as coisas aconteceram. De quando a Beatriz apareceu. E de como aquilo influenciou o meu despertar. Não era paixão ou amor. Tá, no final das contas se tornou isso. Mas era uma outra coisa. Era a sensação de que aquilo era diferente. De que aquilo não era simplesmente ignorável. A Beatriz fez o Erik perceber o quanto as coisas estavam erradas. De como o sonho tinha morrido muitos anos antes.

Eu voltei ao mundo, então, nesse fim de semana. Eu pretendia procurar por ela. Pretendia ver o que eu podia tirar dessa experiência. E, mais importante, queria entender o papel dela nesse momento. As coisas já se configuravam em sentido, ainda que simbólico demais. Mas tudo deveria ser feito lentamente. Passo a passo. Sem me precipitar. Afinal, eu tinha de entender, antes de agir. Antes de me decidir.

Maldita bebida! Não sei o quanto eu estraguei as coisas. Talvez muito, talvez pouco. Não o suficiente pra destruir o que já existia, mas mais do que necessário pra acabar com aquilo que eu tentava construir.

Eu preciso clarear o que quero dizer com isso tudo.