domingo, 3 de fevereiro de 2008

Broken Glass

Strange vibe
circles round
Tries to comfort
buzzing sounds

Form an arrow
point at us
We the target
are the one

Place your bet
on the best
The fastest horse
you can find

Drop yourself
in the grass
Breathe the air
at last
Hold on tight
don't fall down

Breathe the air
trough the water

Form an arrow
point at us
We the target
are the center

Find the key
lock the door
Close your eyes
for encore

Drop yourself
in the grass
Breathe the air
at last
Hold on tight
don't you fall down
Breathe the air
trough the water

Find your peace
turn inside
You the target
you the center

Find the key
lock the door
Close your eyes
for encore

Drop yourself
in the grass
Breathe the air
at last
Hold on tight
don't you fall down
Breathe the air
trough the water



As vezes prefiro que a Anneke fale por mim.
Eu preciso clarear minhas palaras. Não sei se vou divulgar esse espaço a alguem.
Mas, de qualquer forma, antes prevenir a remediar.

No ano novo lançamos-nos num ritual. Um ritual mágico.
A minha jornada pessoal teve dois grandes momentos.
No primeiro eu e Iago caminhamos juntos rumo aos céus, atravessando o inferno.
No segundo eu mergulhei em minhas próprias verdades, senti toda a dor do nascimento e vislumbrei toda a beleza da existência.

Depois daquele dia eu senti que as coisas deveriam mudar. Que a vida podia oferecer mais do que eu almejo. E que essas coisas estão mais próximas que eu imaginava.

A vida como vale a pena ser vivida. Eu tinha me esquecido, mas me lembrei naquele dia. E, novamente, pensei em como explodir algumas estrelas.

Bem, a Nádia fez o que fez, e o templo que eu tinha construído ruiu.
Mas aquele ato de insanidade me manteve são. De alguma forma, aquilo fez com que eu a adimirasse ainda mais. Porque eu percebi que era insuportável pra ela o absurdo da vida.

E, depois daquilo, comecei a pensar em como eu poderia mudar isso. Como eu poderia tornar a vida algo menos absurdo. Ou, ao menos, aprender a gozar desse absurdo. Eu recorri aos mesmo rituais do ano novo, mas descobri, tarde demais, que não estava pronto pra outra. E eu caí.

Foi uma longa queda, e, uma vez no chão, me vi derrotado pela saudade e pela desesperança. Ainda estou levantando. Segui o conselho do Iago e me pus a meditar. Tenho feito isso, procurando um norte, um sentido. Mas tudo se apresenta como um jogo. Um desafio, que o universo propõe.

Eu fico tentando encaixar as peças. Tentando fazer que elas façam algum sentido. Mas tudo o que percebo é que algumas delas são parte de outro puzzle, de outro jogo. Mas muitas delas são difícieis de serem descartadas.

Bem, tirei algumas conclusões:

Primeiro, sobre o amor. Não existem dúvidas que esse é um vetor importante. Não me restam dúvidas que se trata de um significante, e não de um significado. Ou seja, ele é dependente do sujeito. Talvez exista algo dessa ordem que transcenda a individualidade, mas nesse caso trata-se de algo menos mesquinho que o amor vendido pelos livros, filmes e músicas. Digo talve porque isso ainda éuma incerteza. Não creio que eu tenha entrado emcontato com essa força ainda. Pelo menos não de forma direta. Talvez a Flor represente isso.

Segundo, sobre relacionamentos. Eu já tentei levar um relacioamento aberto.Não funcionou. Por um motivo simples: meu amor é deveras neurótico. Ele envolve muita posse. Mas ao mesmo tempo ele é grande demais. Acho que somos desesperados demais, e que se centrarmos algo tão significativo em uma única pessoa ele acaba tornando-se insuportável. E faz-se necessário que seja sublime, leve e doce. Ele não pode sufocar.

Terceiro, sobre a Nádia. Ela desperta o que há de melhor e o que há de pior em mim. Ela é a objeto que me lança mais profundamente na minha cadeia significante. Não restam dúvidas, pra mim, que ela é uma peça chave. E estou certo que o que sinto por ela é amor. Não o transcendental, mas o meu amor, significante. Eu sinto uma falta absurda dela, e agora ela está muito distante.
Mas estou disposto a sustentar o que sinto. Mas não a esperar sentado até que ela volte.

Quarto, sobre meus amigos. Eu os amo. É diferente do que eu sinto pela Nádia. É diferente o que eu sinto por cada um deles. Mas, ao mesmo tempo, eu não consigo confiar tanto a eles quanto eu confiei à Nádia. Talvez ao Iago, mas este se tornou tão distante nos últimos tempos, e com tantas certezas, que não são minhas, que eu não acho ele tão alcançável como antes.

Bem, vamos à protofilosofia.

Vivemos dentro de um contexto, um contexto fascista por demais. Concordo com Barthez quando este diz que por fascismo não podemos entender apenas o obrigar a calar, mas também o obrigar a dizer. Somos obrigados a nos posicionar em relação a todas as coisas. Opiniões políticas, orientações sexuais, estilos de vida e, até mesmo, coisas mais superficiais como gosto musical ou literário. Isso nos coloca num papel social e nos cria uma série de representações.

Tá, o lance das representações se faz num outro momento, mais primevo. Quando perdemos o real, tornado representação por nossa mãe-figura-representação. Naquele momento perdemos toda o potencial imanente dos objetos. Eles são tranvestidos por significados. E, lançados dentro de uma cadeia de significantes, somos obrigados a dar sentido a tudo. Como isso não é possível, vivemos em angustia. Tem coisas que são insiginificáveis. A morte, por exemplo. Ou mesmo a vida. Criamos e matamso deuses e nos entregamso ao asceticismo, colocando a verdade num outro contexto, inalcançável por meros mortais.

Ou seja, existe um real perdido nessa história. Um real filtrado pelo simbólico. Atualmente acredito que nesse real reside a mágíca. E podemos entrar em contato com ele/ela por várias vias.

Mas, ainda assim, não passam de vislumbres.

Mas é no real que está a tal vida como vale a pena ser vivida. E esse é o meu Edén. O caminho ainda não está claro, pra mim. Mas acho que consigo imaginar por onde começar. Me matando. Não, não como tentou fazer a Nádia, embora tenha um pouco disso também. Preciso de uma morte simbólica. Preciso matar o sujeito Danilo constituído pelos seus meros significantes.

Eu invoquei o Cosmos para um diálogo, e tudo o que ele me ofereceu foi uma pessoa. Parece que é por lá que eu terei de começar. Como, eu ainda não sei. Eu vou oferecer minha mão direita à Nádia, mas deixarei claro que a mão esquerda ficará livre. Eu preciso de uma arma. Uma lâmina. E é com ela que vou me matar. Se essa lâmina é uma pessoa, ainda me resta entender como isso pode vir a funcionar.

Talvez a tal pessoa represente a terra onde piso. Ou o céu sobre minha cabeça.
Porque ela me fez lembrar que existe todo um mundo em volta. Ainda que representativo. Ma sé nele que reside o real.

Estou feliz, agora. Eu retomei a vontade de pular do prédio.

((Pra quem não entendeu, me refiro à cena final do Vanilla Sky))

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